Colaboração enviada por Walter Silva da comunidade orkutiana “Eu Apoio o Casamento Gay”, a quem muito agradecemos. Com este, o Gay Católico se abre a todo trabalho intelectual sério que contribue para aprofundar o conhecimento da realidade gay católica.
Exportação da homofobia ocidental
Em diversos locais do mundo oriental(do oriente médio ao extremo oriente)não raro encontramos afirmações de líderes políticos e religiosos sustentando a pretensão de que em sua cultura originalmente não existiam homossexuais,e que esta prática foi ”importada” do ocidente junto com seus valores morais decadentes.
Um exemplo relativamente recente dessa crença está no pronunciamento do presidente do Irã,Mahmoud Ahmadinejad,em 2007 na universidade de Colúmbia,declarando que em seu pais ”não existiam homossexuais”;neste artigo procuraremos demonstrar brevemente e sem maiores pretensões o equívoco de tais
indivíduos e o apelo contundente de gays e lésbicas por resgatar sua memória das brumas do passado, encoberto e destruído por heterossexuais homofóbicos.
Para início de conversa inúmeros pesquisadores e historiadores de diferentes áreas do conhecimento em diversos países do oriente têm escritos livros revolucionários
denunciando que a homofobia é uma importação ocidental,enquanto que a prática da homossexualidade dentro de suas respectivas culturas sempre foi tolerada e respeitada antes do contato com civilizações cristãs.
O livro ”políticas sexuais no Irã moderno” da ativista Janet Afary Tece uma análise histórica dos papéis de gênero e da sexualidade no Irã desde a era pré moderna até os dias atuais.Baseando-se em textos antigos,que são esmiuçados,Janet faz um retrato das relações de mesmo sexo em que a homossexualidade surge como um padrão social de estatus nas sociedades iranianas,onde um homem mais velho busca um amante jovem,o ”amrad”.
Neste período as relações homoeróticas entre dois machos no Irã estavam vinculadas ao namoro,à doação de presentes,ao ensino de poesia,ao treinamento militar e à orientação e desenvolvimento de contatos sociais que iriam contribuir para o futuro do parceiro mais jovem.
Algumas vezes os homens trocavam votos de irmandade(um tipo de casamento temporário e contratual,podendo durar algumas horas ou até 99 anos,comum entre heterossexuais).
Estas relações não eram puramente sexuais,mas cultivavam o afeto entre os parceiros,havendo certas responsabilidades que pesavam sobre os homens mais velhos para com o futuro dos jovens.
Ritos de irmandade envolvendo mulheres lésbicas também foram comuns no Irã,estabelecidos após uma longa corte.O casal trocava presentes,viajava junto aos santuários e ocasionalmente dormia junto.
Exemplo de código que regulamentava as relações entre pessoas do mesmo sexo é o ”Nameh andarz” que se refere tanto a heterossexuais quanto a homossexuais.
Em geral escritos de pais para filhos ou de vizires para sultões estes livros continham capítulos separados para o tratamento dado às esposas e aos companheiros do mesmo gênero.
No Nameh Qabus (1082-1083) um pai aconselha a um filho:
”Você deve estar desperto tanto para mulheres quanto para os rapazes.
Não se deixe limitar suas inclinações para um dos dois sexos,deste modo você evitará hostilidades de ambos.
Durante o verão deixe seu desejo inclinar-se para os garotos,e durante o inverno deixe-o para as mulheres”
A literatura persa sacra transborda de referências homoeróticas do século XII ao XV, e a homossexualidade foi abraçada em numerosos espaços públicos que iam de casas de prostituição(reconhecidas como ”khaneh amrad”) até mosteiros e cafés.
Naser al-Din Shah, que governou a Pérsia 1848-1896,mantinha consigo um jovem amante chamado Malijak,a quem ele ”amou do que ninguém”;em suas memórias Malijak lembrou com orgulho sobre o amor do rei,que ele descreveu como ”sendo impossível para mim escrever sobre isso”;”[Ele] me segurou nos braços e beijou-me como se estivesse beijando uma de suas grandes amadas. ”
Em uma longa sessão do livro ”Sexual Politics in Modern Iran” intitulada ”Rumo à uma modernidade ocidentalizada” Afary demonstra como a tendência de modernização surgida durante a revolução constitucionalista de 1906 foi fortemente influenciada por conceitos colhidos do ocidente.
Um jornal chamado Nasreddin Molla notavelmente contribui nesta época para a mudança de paradigmas relacionados à sexualidade e papéis de gênero no Irã,trazendo um discurso Marxista bem documentado de desprezo à homossexualidade.
Relações de mesmo sexo e pedofilia foram confundidas,os professores clericais atacaram e acusaram os gays de molestar crianças,o estigma da homossexualidade passiva foi empregado como arma difamatória e os homens que mantinham amantes amrad foram ridicularizados.Os ritos de irmandade foram comparados satiricamente com casamentos heterossexuais.
Deste modo foi introduzido no Irã o discurso político homofóbico desenvolvido na Europa,de que a normatividade estava nas relações heterossexuais.
Posteriormente lideranças políticas constitucionalistas aderiram entusiasticamente ao combate à homossexualidade.O influente jornal Kaveh(1916-1921) editado pelo famoso constitucionalista Hasan Taqizadeh,liderou o movimento de opnião contrário às práticas homossexuais,com uma noção de modernidade que incluia a normatização do erotismo heterossexual e o abandono de todas as práticas homossexuais. O historiador e jornalista prolífico, Ahmad Kasravi,declarava que ”a homossexualidade era uma medida do atraso cultural” e poetas sufis do homoerotismo eram parasitas,cuja poesia gay tinha que ser eliminada,por ser perigosa.
Logo após a chegada ao poder em 1979, o aiatolá Khomeini estabeleceu a pena de morte para a homossexualidade.
Um outro exemplo possivelmente ainda mais dramático de importação homofóbica é o ocorrido em Uganda quando da visita de três evangélicos americanos à capital para ministrar uma série de palestras.
De acordo com Jeffrey Gettleman, jornalista do The New York Times (”O papel dos americanos na empreitada antigay de Uganda”,Jeffrey Gettleman),
”O tema do evento,segundo Stephen Langa, seu organizador ugandense, era o “plano gay – todo aquele plano oculto e obscuro” – e a ameaça que homossexuais impunham a valores baseados na Bíblia e à família africana tradicional.
Por três dias, de acordo com participantes e gravações de áudio, milhares de ugandenses, inclusive agentes de polícia, professores e políticos, ouviram fascinados os americanos, que foram apresentados como especialistas em homossexualismo. Os visitantes discutiam como transformar os gays em heterossexuais, como gays muitas vezes sodomizavam garotos adolescentes e como “o movimento gay é uma instituição do mal”, cujo objetivo é “derrotar a sociedade baseada em casamento e substituí-la por uma cultura de promiscuidade sexual”.
Um mês após a conferência, um político ugandense até então desconhecido, que se gaba de ter amigos evangélicos no governo americano, apresentou a Lei Anti-Homossexualidade de 2009, que ameaça enforcar homossexuais”;
O ministro de ética e integridade de Uganda chegou a declarar que “Homossexuais podem esquecer dos direitos humanos”.
Pelo menos um dos evangélicos americanos,Lively, admitiu ter se encontrado com legisladores ugandenses para discutir o assunto. Ele até escreveu em seu blog que alguém havia comparado sua campanha a “uma bomba nuclear contra o plano gay em Uganda”.
”Defensores dos direitos humanos em Uganda dizem que a visita dos três americanos ajudou a iniciar o que pode vir a ser um ciclo muito perigoso. Ugandenses gays já descrevem um mundo de espancamentos, chantagem, ameaças de morte como “Morra, sodomita!” pichadas em suas casas, assédio constante e até estupros supostamente correcionais.”
“Agora realmente precisamos nos esconder”, disse Stosh Mugisha, uma ativista de direitos gays que contou ter sido imobilizada em uma plantação de goiabas e estuprada por um agricultor que queria curá-la de sua atração por garotas. Ela disse que estava grávida e infectada pelo HIV, mas que a reação de sua avó foi simplesmente, “Você é teimosa demais”.
Apesar de ataques como esses, muitos gays e lésbicas aqui disseram que as coisas estavam melhorando para eles antes da lei, pelo menos o suficiente para realizar coletivas de imprensa e lutar publicamente por seus direitos. Agora eles temem que a lei possa incentivar linchamentos. Multidões já espancam pessoas até a morte por infrações tão ínfimas como roubo de sapatos.
“O que essas pessoas fizeram foi atear um fogo que elas não conseguem apagar”, disse o Reverendo Kapya Kaoma, um zambiano que atuou em segredo durante seis meses para relatar a relação entre o movimento anti-homossexual africano e os evangélicos americanos.”
Gettleman conclui o artigo dizendo que muitos africanos consideram a homossexualidade uma importação imoral do ocidente.
Muitos hindus e ocidentais,acostumados a leituras sóbrias do Bhagavad-Gita,livro sagrado que influenciou Thoreou e Max Mueller,ficariam chocados ao descobrir que o herói Arjuna se excitou com a bela visão da cintura de Krishna,e do seu pênis delineado através de suas roupas amarelas;Krishna, de lábios vermelhos como a ”fruta bimba” se relaciona sexualmente com Arjuna,transformado em mulher.
É o que informa o livro ”Same sex in índia” da professora Ruth Vanita,da universidade de Montana,a respeito de 2000 mil anos de tradição hindu não divulgada,ou minimizada,ou adulterada, sobre as relações entre pessoas do mesmo sexo naquele país.
De acordo com Vanita,puritanismo e homofobia foram certamente introduzidos na Índia durante a época colonial vitoriana inglesa,embora não se possa culpar somente a era colonial pela homofobia Hindu.
Recentemente derrubada,a lei colonialista do Código Penal Indiano,Seção 377, sancionada pelos britânicos em 1860,criminalizava o que chama de “ofensas sexuais contra a ordem natural”.
Nenhum texto sagrado hindu antes disso penalizava tão duramente a homossexualidade,nem mesmo o código de Manu,que prevê um banho ritual para brâmanes que tenham relações sexuais com alguém do mesmo sexo.
Bibliografia
Sexual Politics in Modern Iran(Janet Afary),Cambridge University Press,April 2009;
Capítulo 3. Classe,Status definidos de homossexualidade, e os rituais de namoro.
”O papel dos americanos na empreitada antigay de Uganda”,Jeffrey Gettleman(Tradução: Lana Lim),
extraído do site Athosgls
Same-Sex Love in India: Readings from Literature and History(Ruth Vanita,Saleem Kidwal)p. 92-93, citando o Padma Purana.
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=509428&tid=5486976688142196032&na=2&nst=24
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=509428
Bom Dia! eu sou um leitor que acompanha a trajetoria deste site a um certo tempo, ajudei até a divulgalo entre meus amigos, e sabendo da qualidade do conteudo apresentado pelo autor, venho aqui pedir uma ajuda.
Me deparei com uma triste realidade ontem, meu namorado, que me ama e que amo ele disse que o sentimento entre nos sera pra sempre, assim como ele estara sempre do meu lado, mas ele tem que ter uma mulher e um filho, para provar pra sociedade que ele é homem. Eu fiquei muito confuso com a resposta dele, por favor, me de uma luz, será que só amar sera o suficiente para aceitar essa condição dele? será que ele pode mudar de alguma maneira? o que eu devo fazer?….
Vamos conversar? Aqui? Podemos?
Aqui, porque outros poderão ler o que dissermos e quem sabe poderiam aproveitar dessa troca de impressões.
Eu começo.
Você disse: “… assim como ele estara sempre do meu lado, mas ele tem que ter uma mulher e um filho, para provar pra sociedade que ele é homem.”
Se entendi ele quer vir a ter uma família convencional. Ainda não tem. É isso?
Seus Bandos de debeis mentais quer difamar expor o homosexualismo expoe direito! para o filho de uma egua sem Mãe que pois uma gravura de Krsna com SEU!!!!!!!!!!!! IIIIIIIIIIIIIIRRRRRRRRRRRRMMMMMMÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!É Irmão!!!!!!!!!!! poderia comocar sua propria foto com seu namorado o imbecil que criou essa porcaria de blog sem fundamento.meu filho se você é chegado em um Macho por traz de você tudo bem seus amigos uma hora entenderão, mas PassaR SEUS PROBLEMASD SEXUAIS PARA DEUS É UM TREMENDO DESRRESPEITO…
SE LIGA….
Quem escolheu a imagem não foi o autor do texto. Foi o blog. E o blog não se preocupou em mostrar uma imagem entre dois homossexuais, mas tão só uma especialmente bela imagem de Krishna acompanhado de outro homem.
Uma imagem que exibe doçura, harmonia, pureza, ternura, cordialidade, Amor e sobretudo Sua divina beleza.
”mas PassaR SEUS PROBLEMASD SEXUAIS PARA DEUS É UM TREMENDO DESRRESPEITO…
SE LIGA”
A ignorância é um veneno,já dizia lorde buda.
Sri Krishna(nem escrever o nome dele você soube,e ainda fala em ”respeito”,puff)é a reencarnação de Vishnu,que de acordo com o Purana Brahmanda,teve relações homossexuais com Lorde Shiva,sob a forma ilusória de Mohini(Atenção,senhor homofóbico,Mohini era APENAS uma ilusão levantada por Vishnu;em outras palavras,Vishnu não mudou de sexo).Dessa relação gay entre dois machos nasceu Sri Ayyappa,gerado na coxa de Vishnu(pois ele não era uma mulher e não tinha útero).
O menino foi abandonado por Vishnu e Shiva logo após o nascimento(ficaram envergonhados,rsrsrsrsrs).O fato é que dois homens se relacionaram sexualmente e geraram ambos um filho divino,que combinava os poderes dos dois.
Chato isso né…rs